Silêncio Rasgado

Diz-me o que nunca disseste O que eu sempre quis Dir-te-ei o que nunca quiseste Porque nunca serei quem tu queres Cala-me todos os medos Ocupa-me todos os nadas Os medos gritarão o meu nome Porque só eu lhes posso tirar o som Foge comigo para o desconhecido Tudo o que sempre quis Nada será como imagino Porque conheço o fim Da nossa história Que nunca existiu Fica a memória de um amor Que só o meu corpo vestiu Cala-me todos os medos Ocupa-me todos os nadas Que os medos gritarão o meu nome Porque só eu lhes posso tirar o som Cala a tua voz em mim Desaparece para onde quiseres Continuarás a cantar no fim Porque só eu posso despir Este amor que nunca existiu.

O cabelo é rebelde O sorriso fornece O mundo daquela cor Que nunca se esquece Qualquer homem enlouquece Padece do mesma dor Não poder pôr Mais sorrisos na boca dela A boca fica seca Pela boca que não fecha Quando ela passa Engole-se em seco Pela falta de palavras Quando ela passa E resta passar pelo deserto Para a ver passar mais de perto Com o cabelo rebelde O sorriso que fornece O mundo daquela cor Que nunca se esquece Qualquer homem enlouquece Padece do mesma dor Não poder pôr Mais sorrisos na boca dela Desperta, invoca, projecta A mensagem do universo Provoca e injecta Coberta de razão O tempo que não Passou em vão Então impede um senão Não vão os anos dar razão Ao arrependimento do não Fazer o que podíamos ter feito É sempre pior Do que o arrependimento de ter feito O que não se revela o melhor.