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"Matei-o" - Teatro

O resultado da junção de 9 monólogos da obra "crimes exemplares" de Max Aub foi este, com confissões peculiares de personagens que no fundo... só queriam sossego, coitadas... https://www.facebook.com/antonysousa10/videos/vb.100000047167396/1201844059827155/?type=2&theater

A imensidão do nada

Porque detesto ser deixado para trás! Detesto ser menosprezado por preguiça de me valorizares por fazer algo que tu não és capaz de fazer! Porque alimentas uma ideia de me quereres bem e de gostares de mim, mas o teu ego é o que está cheio, porque na verdade usas as energias que tens só para ti e não partilhas com ninguém. É como se no fundo te achasses demasiado preciosa… Não sou mais aquele que te vai pôr num pedestal independentemente do que faças. Eu sei quem sou. Não estou abaixo de ninguém, e é por isso que não preciso de olhar para alguém do cimo de um arranha-céus para me sentir melhor comigo mesmo. Pessoas como tu não vêem para além delas próprias, acham que sabem tudo e não absorvem nada.  Mas estão mais perto de saber nada do que de saber alguma coisa.

A imensidão do nada

Logo percebi que ia meter-me na maior confusão mental da história da minha existência. Não foram precisas muitas semanas. A velocidade com que me atingiu desafia a luz. A mesma luz que desaparece quando o nada vem. A Matilde fala, a Maria desfila de um lado para o outro em busca de atenção, o Sérgio repete as mesmas coisas para garantir que não arrisca nada, o Pedro graceja sobre mais uma conquista… estou ciente de tudo, só estou é mais presente no nada. Não escolhi que fosse assim. Dizem que os relâmpagos não caem no mesmo sítio duas vezes, mas eu sou a prova de que caem várias. O pior é que queria que caíssem mais, muitas mais vezes. O intervalo entre um e o próximo é vaguear pelo nada enquanto tudo mexe e todos vivem. Mal ou bem lá vivem. Eu não. Nesses pedaços infinitos de tempo só existo porque tem de ser, senão não sou atingido outra vez.

A imensidão do nada

Aquele riso é tão mágico. Um truque de ilusionismo com banda sonora singular a cada vez que é mostrado. Tão belo, tão contagiante. É um símbolo do que a vida deve ser.  Há dias em que é difícil amar a vida, seja por uma rasteira, uma alfinetada, ou simplesmente porque sim. E em dias desses, uma gargalhada sentida como aquela, pode resgatar a minha vontade de amar.

A imensidão do nada

Quando vejo uma tempestade a chegar, é quando o meu olhar brilha como o mar quando é beijado pelo sol. É a sensação masoquista de querer chuva ácida que corrói a alma. Mas os relâmpagos dão sentido à alma, e se a tenho ou não é indiferente nos períodos de nada. Portanto quero ser corroído. Dói, abre feridas, mas só porque deixa de cair por tempo sempre indefinido. E pelas feridas que ficam é sempre onde entra a luz do relâmpago. E estou curado, mesmo no momento em que sou atingido.