A Face do Sonho
Eu não a via como alguém. Eu sei, é estranho, mas tudo o que for pessoal, tudo o que tiver o código de barras só nosso terá que ser estranho. Eu olhava, via, observava-a como um ser de posição naturalmente em cima de um pedestal luxuoso. Eram os meus olhos que a colocavam lá, nada mais além disso, mas os meus olhos são os que contam o que vira história. E era uma vez um rapaz que entregou o que tinha, o que era, o que não tinha, e o que achava que deveria ser, para poder conhecer reciprocidade no que sentia pela rapariga que invadia pacificamente os seus sonhos, noite após noite, e preenchia impiedosamente a sua mente, dia após dia.
Está claro que aqui havia um desequilíbrio, e percebe-se bem, visto de fora, quem tinha o peso todo em cima e via o seu futuro passar pela queda no abismo da frustração e solidão induzida. A parte boa de tudo isto? Está escrito no passado.
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