Insultos no minuto de silêncio (Barcelona - Real Madrid)

Desde que colecciono memórias que associo futebol com paixão. Se o meu clube está a jogar tudo se multiplica (para o bem e para o mal), e a efervescência do jogo leva a que haja coisas ditas da boca para fora, momentos de euforia, de decepção, nervosismo, ansiedade, mas acima de tudo que se desfrute daqueles 90 minutos como uma prova de se estar bem vivo! Porém algo que rapidamente se aprende em quem pratica, assiste, e compreende a essência do desporto e da competição, é que o respeito pelos Grandes não é só uma questão de educação, é ter-se a noção de que boa parte das razões que nos fazem ter o prazer de viver com tanta paixão cada minuto de um simples jogo tiveram uma influência incomensurável por parte destes Grandes, quer estejam ou não já entre nós. O que aconteceu por uns momentos no Grande clássico de sábado foi de uma dimensão inversamente proporcional à dos clubes em causa e do extraordinário Johan Cruijff. Não apenas por terem usado tempo de homenagem a um Grande de forma suja, mas por nos recordarem que infelizmente nesta espécie é cada vez mais improvável juntar cerca de 100 000 pessoas e não haver uma percentagem delas incapaz de apreciar e respeitar seja o que for acima do esgoto mental que possuem. Insultarem Ronaldo ou qualquer outro ser neste caso é indiferente, ao que é difícil ficar indiferente é à ignorância e estupidez colossal destes patéticos indivíduos, que desrespeitaram a memória de uma lenda de um dos maiores espectáculos do mundo, e consequentemente de todos os apaixonados do futebol, agradecidos aos Grandes que fazem deste jogo tão Grandioso.