As cortinas fecham
O espetáculo acabou
Mas não sabes que ainda cá estou
Vai para lá do que vês tudo o que sou
Tudo o que a tua visão alcançou
É uma fracção da equação
Uma criação sem solução
À vista desarmada pode parecer recriação
Não me vou armar em campeão
Sei que não trabalho nas minas
Mas não sabes que enquanto dormes
Escrevo rimas noite fora
Não fales do que não sabes
Se não sabes o que faço
Para um ignorante
Qualquer razão basta
Para rebaixar o trabalho
E se sentir no topo do baralho
Enclausurado nos pensamentos
Para me libertar dos medos
Talvez seja por isso que valorizas menos
O que faço, é também a terapia dos tempos
Passados num passado de tormentos
E por momentos pode parecer só um passatempo
Para quebrar as correntes
O que tu não sabes é que para o fazer cerro os dentes
Sangro por dentro e aprendo a seguir em frente
Todos os dias invento a fórmula da resiliência
Nova a cada despertar, sempre com o acrescento
Da paciência, sei que não o tens na tua essência
Mas não fales do que não sabes
Se não sabes o que faço
Para um ignorante
Qualquer razão basta
Para rebaixar o trabalho
E se sentir no topo do baralho
Castelo de cartas
Não se começa por cima
Passam-te ao lado
As horas cá em baixo
A construir a base
Mas aproxima-se
O dia que saibas
Que sei o que faço.
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