O mundo é uma confusão. Eu
sei, que afirmação mais banal. Mas eu queria dizer o meu mundo. Esse já é
suficientemente trapalhão e desengonçado para que eu me refira ao conjunto de
todos os outros que habitam na Terra. Falo do que sei melhor do que ninguém.
Mesmo que escrevesse só em consoantes continuaria a ter maior precisão no que
acontece no meu mundo, do que o universo todo convergido numa híper conferência
e inútil de tentar decifrar o que se passa comigo. Já ouvi tanta coisa, já vi
coisas que não devia, ninguém devia, disse coisas quando não devia, e pior.. já
enclausurei o que tinha que dizer quando o devia ter feito. É impossível diria,
(e eu não sou um fã do impossível) não ter daqueles momentos em que olhamos
pelo retrovisor da vida e escolhemos inconscientemente uma memória para nos
penalizarmos em relação ao que podíamos ter feito de diferente. E em como isso
poderia alterar o curso consequente da nossa vida. Aquela tentação de corromper
a memória nem que seja só para nós. Talvez para que nos sintamos um bocadinho
menos idiotas. Não daqueles que têm ideias como invoca a piada seca, não, mas
daqueles que já pisaram na sua própria merda e no fundo, nunca conseguiram
tirar o cheiro do sapato.
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