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"Matei-o" - Teatro

O resultado da junção de 9 monólogos da obra "crimes exemplares" de Max Aub foi este, com confissões peculiares de personagens que no fundo... só queriam sossego, coitadas... https://www.facebook.com/antonysousa10/videos/vb.100000047167396/1201844059827155/?type=2&theater

Jogos Olímpicos


Todos gostamos de nos sentar no sofá e ver os nossos atletas representarem o nosso país, sai sempre aquele comentário: "Olha 'tá ali o tuga, anda ver!!", automaticamente as emoções ultrapassam a razão de estarmos a ver uma prova de uma determinada modalidade, em que se tivermos algum conhecimento sobre o assunto, provavelmente saberemos que os americanos são por norma os melhores, ou os chineses, ou os russos, ou os alemães. Nações enormes no sentido literal, com milhares de atletas ao mais alto nível, com condições e competitividade incomparáveis com as nossas. Ora isso não tem travado o atleta português de escrever história à mão, e se não houver tinta escrevem com as unhas, com o próprio sangue se for preciso. Isso é tremendo, motivo de orgulho, e de reflexão sobre quem somos verdadeiramente enquanto povo, do nosso potencial, do que temos dentro de nós, talvez aquela faísca que é diferente em cada país, em cada cultura, nós podemos olhar para dentro e acreditar em nós mesmos, encarar com confiança e de cabeça levantada os obstáculos, e até os que são melhores do que nós segundo um ranking, opiniões ou estatísticas. Portanto no meio deste orgulho, confiança, emoção, é um pouco confuso encontrar profissionais de outras áreas tão evidentemente menos capazes a reduzir enormidades de homens e mulheres que dão tudo por paixão contínua no que fazem, a pedaços de lata escritos num papel. Eu adoro o poder da palavra, acredito na força da palavra, dita, escrita, lida, e é então triste para mim quando as palavras são tão mal utilizadas, sem um fundo de coerência e justiça. Este verão foi um verão extraordinário para o desporto nacional, passando por várias modalidades e dezenas de atletas. Todos conscientemente ou não aumentamos expectativas à medida que as coisas correm bem, melhor do que o normal, sobretudo bem melhor do que seria normal se compararmos os apoios e estruturas por detrás das participações de competidores de outros países. Claro, seria mágico concluir este verão com 7 ou 8 medalhas, custa ficar perto tantas vezes, mas não custa nunca mais a nenhum de nós do que custa aos homens e mulheres que suaram tudo o que tinham para ir além do normal, muito para lá do exigível. Sinceramente eu próprio caí nas areias movediças das expectativas, e dei por mim a considerar uma derrota alguns casos em que tinham aspirações a medalhas não o terem conseguido. Mas não foi preciso pensar muito para chegar à lógica conclusão de que isso não fazia sentido. Até porque certamente ninguém se exige mais do que eles próprios, por isso é que estão no patamar em que estão, nuns Jogos Olímpicos, o maior evento desportivo do mundo.
Desporto é isto mesmo, um momento, um segundo a mais, um centímetro a menos, lidar com aspectos que não são controláveis, ter que esperar por outra oportunidade, ou melhor, trabalhar mais para nova oportunidade. Jornalismo não é isto.

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