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"Matei-o" - Teatro

O resultado da junção de 9 monólogos da obra "crimes exemplares" de Max Aub foi este, com confissões peculiares de personagens que no fundo... só queriam sossego, coitadas... https://www.facebook.com/antonysousa10/videos/vb.100000047167396/1201844059827155/?type=2&theater

War Machine (Opinião)

Sinopse: War Machine é um comentário sobre das guerras que vivemos hoje, alternando os aspectos mais sombrios da guerra com pinceladas de reality TV e paródia, borrando as fronteiras de todos esses géneros. Com um olhar absurdista, o roteirista e diretor David Michôd (Animal Kingdom) retrata a ascensão e queda de um general americano, seguindo a marcha de um líder muito seguro de si rumo à loucura do combate.




Opinião: "War Machine" é uma aposta muito particular de Brad Pitt, protagonista e produtor do filme. E é uma aposta forte também pelo trabalho de actor envolvido na sua personagem, que se distancia muito dos últimos papeis da estrela, aliás diria que pela natureza deste general Glen McMahon esta é uma personagem muito diferente de qualquer outra. Pela fisicalidade, tiques próprios, voz, de fora para dentro Brad Pitt transformou-se num general que começamos por pensar ser um simples idiota, mas por quem acabamos por desenvolver uma certa empatia ao longo da trama, percebendo-o melhor, e percebendo também uma inevitável verdade: todos julgámos estar correctos nas acções que tomamos, e mesmo que no final das contas essas acções se revelem menos acertadas, a intenção era a de tomar a melhor decisão possível. Isto resume um pouco aquilo que torna Glen McMahon alguém tão idolatrado pelos que o seguem de perto, e tão ridicularizado por quem não priva com ele. Sustentado nesta "incorporação" do actor à personagem central, este é um filme que varia rapidamente entre a sátira e a dura realidade, ou não fosse uma história de guerra ainda bem presente nos nossos dias. Vários momentos cómicos bem conseguidos elevam a qualidade geral de "War Machine", aliado a um elenco secundário igualmente nivelado por cima entre a experiência de Bem Kingsley e Tilda Swinton, e os novos valores Will Poulter (Maze Runner; We're the Millers), RJ Cyler (Power Rangers; Me, Earl and the Dying Girl), e Lakeith Stanfield (Get Out, Straight Outta Compton). Valores que provam aqui mais uma vez, num registo diferente do que já lhes tínhamos visto, que merecem a nossa atenção no futuro, não só pelo talento como pelas escolhas de carreira.
Pela narração do jornalista da revista Rolling Stone encontramos uma visão de evidente crítica à política adoptada no tempo do presidente Obama em relação aos recentes conflitos no médio Oriente, mas numa visão cinematográfica diria que encontramos um enredo divertido num assunto forte, uma curiosidade para vermos um dos actores mais mediáticos e reconhecidos do mundo num contexto de comédia onde já não se via há bastante tempo e a explorar mais possibilidades enquanto actor, um cameo especial na última cena do filme, e uma realidade que nos faz pensar por um lado na inconsequência de uma guerra na resolução de problemas, e por outro nas consequências irreparáveis dessa guerra.

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