Às vezes parece inconsequente Escrever estas linhas que me percorrem Palavras, conteúdo das minhas veias Sangue que circula nesta mente A voz permanente, não consente Sair desta jaula, com grades nos olhos Respirar liberdade vira utopia E a única via é rasgar os dias Um por um de cada vez Chegar ao tutano das dúvidas E sugar o veneno dos medos Cuspir a sombra que me sufoca Me cobre a forma, não sobra Nada de mim, ao que vim Mas sempre que digo que sim Mais a voz se apaga, acaba Por ser irónico que quanto mais Ela se cala, mais a minha exalta A sua marca, talvez branca Às vezes ainda parca Em palavras, conteúdo destas veias Mas cada vez mais canta Ao ritmo da viagem das ideias Vaivém de quem acorda No meio entre a coragem E a loucura selvagem De não procurar sentido No que alcança o riso Por que razão haveria de censurar isto? Está visto que são as linhas que me percorrem Sangue que circula na mente Dá voltas e voltas infinitamente Rotundas de pensamento...