Eu sabia, naquela altura
havia pouco que duvidar sobre a intimidade dos toques que espelhavam a imagem
de aproximação. Uma boa aproximação para os dois, em que sorríamos, brincávamos,
replicávamos os gestos um do outro e sentíamos os corações mais perto que nunca
a prepararem-se para dar um abraço. Mas naquela altura eu também sabia que
havia quem tivesse intenções de tocar primeiro noutros pontos que não
propriamente no coração. E sabia também que muitas vezes somos influenciados
pelo novo, pela camada da superfície que tenta a todo o custo agradar e dar a
ideia de que é o último grito para a felicidade. Mas não tem de ser. Às vezes
percebemos que se queremos ser felizes precisamos daquela pessoa. Aquela pessoa que já se mostrou com a camada da
superfície a brilhar, mas também com a camada mais profunda a latejar. Aquela
pessoa que sempre está no pensamento quando vivemos algo bom ou engraçado, ou
quando algo nos atinge e nos deita abaixo. Precisamos de partilhar, porque a
felicidade só existe se partilhada. E quem melhor para partilhar do que alguém
que nos quer abraçar o coração?
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