Nada de Nada

Não sai nada
De jeito não há jeito
Nenhum de nada
Por nada mesmo
Dando tudo por tudo
É o escuro que vence
Por hoje não acendo a luz
Sou um vulto contra a corrente

Só me resta pensar
Que é nos dias de merda
Que do nada acontece
Aquilo que menos se espera

Sei que vêm de dentro
Todos os pequenos nadas
Que formam os todos
Que nos formam
Tal como sei
Que não há nada
Que venha de fora
Que me corte a esperança

E nada me cala
A voz que me fala
Nada de nada
Sai pouco mais que isso
Talvez, admito
Só não me vês a recuar

Por isso, por nada mesmo
Dando tudo por tudo
Hoje é o escuro que vence
Mas eu não durmo
Até porque sei
Que o sol vai nascer.