Muitos dias não tenho coragem. Mas quando acordo com ela
ganho uma vontade de fazer o que não é suposto. De dizer o que não é esperado.
E quando me dizem “isso não faz sentido”, só me motiva mais para seguir nesse
caminho. Se não foi encontrado um sentido ainda é porque poderá haver um por
descobrir por quem for louco o suficiente para tentar. Ou por quem não tenha
nada a perder. De qualquer das maneiras, o que é o pior que pode acontecer?
Chamarem-me maluco? Porque não, se nas bermas da loucura reside o génio? Pelo
menos tenho uma oportunidade de o ser, nem que seja só louco. E ser louco nestes
dias eventualmente não será o nº1 dos desejos da moda das novas gerações, mas
seguramente representa estar numa escala que os restantes não conseguem
interpretar, e só isso diz muito sobre “os restantes”. Não porque não conseguem
interpretar um louco, afinal de contas é de um doido varrido com uma vassoura
de bruxa que estamos a falar, mas porque estão todos na mesma escala, a ver da
mesma perspectiva. Portanto uns vêem melhor que outros, mas no fundo estão
todos no mesmo sítio, e ninguém ousa sair dele por razões de segurança. Um
louco não usa cinto de segurança. “Estúpido portanto” poderão dizer e com
razão. Talvez… mas não o faz pela adrenalina, fá-lo porque a sua mente tem
outras prioridades. Como saciar a sua necessidade por algo nunca antes visto, dito,
pensado, feito. Ok, já não estou a falar de um louco agora, também não sou
nenhum psiquiatra para saber analisar um ao detalhe, e se eu for um ou estiver
a caminhar para ser um, não saberei ler-me de qualquer das maneiras. Não. Agora
falo de mim.
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