Publicação em destaque

"Matei-o" - Teatro

O resultado da junção de 9 monólogos da obra "crimes exemplares" de Max Aub foi este, com confissões peculiares de personagens que no fundo... só queriam sossego, coitadas... https://www.facebook.com/antonysousa10/videos/vb.100000047167396/1201844059827155/?type=2&theater

A Face do Sonho

E assim estava eu, sentado naquele banco, com os sentidos entorpecidos, a pensar no porquê de ter preferido acreditar mais uma vez, em mais uma pessoa. Devia ter ouvido a outra voz, a que gritava para eu parar e não me envolver mais, que aquilo só ia dar cabo de mim. E deu. 
Claro, vivemos nesta sociedade hipócrita, de aparências, ilusões, todos sabem o que é certo, todos têm a coisa perfeita para dizer (ou copiar), mas poucos se guiam pelos princípios que espalham pelos seus murais no facebook. Dizem que o que querem é bastante simples, surge-lhes sem mérito tudo o que diziam querer, e preferem cuspir essa possibilidade, nahh, para quê?! É melhor fazer-se de vítima e dizer que não tem sorte nenhuma ao amor, ou então convencer-se de que não é o momento certo porque acha que quando for o suposto momento certo vai incidir uma luz do céu em alguém, e umas setas iluminadas à sua volta a apontar para essa pessoa. Armam-se todas em Sherlockas e acham que sabem fazer deduções, e antes de conhecer realmente uma pessoa, sabem exactamente o que ela vale. Ninguém tem tempo para nada que fuja da sua caixinha de conforto, querem conhecer pessoas que representem os valores e qualidades que tanto fazem questão de expor ao mundo quais são, e depois deixam-se vencer pelo medo e perdem as oportunidades. E as verdadeiras oportunidades, aquelas que realmente valem a pena o confronto com o medo, essas rareiam, portanto a cada vez que jogam pelo seguro, podem estar a desperdiçar os cartuchos que o universo tinha para lhes oferecer... Sei lá, é um mundo de contradições e incongruências, as palavras valem esterco, pelos vistos. Tornou-se tão fácil dizer "adoro-te", "gosto mesmo de ti", "temos que fazer isto", "temos que fazer aquilo", que já é banal que semanas depois já nem se lembrem que o disseram, e não façam nada para estar com essa pessoa. Pior ainda, encontrem sempre algo (ou alguém) que cubra o tempo da cabeça aos pés que podiam passar com essa pessoa, demonstrando assim que nem sequer pensam nela.
Tudo isto parecia gozo, um exemplo claro de esfaqueamento à esperança. Porque não é que esta situação me surpreenda, lá está, tinha uma voz a berrar-me os altos valores percentuais desta possibilidade no lado racional do cérebro, mas já o tinha ouvido tantas vezes nos últimos tempos, que preferi arriscar dar ouvidos à outra voz... Como é que se faz para rebobinar e resgatar toda a energia e tempo passado a pensar e a crer, e dar-lhes uso para algo ou alguém que não seja uma personificação de hipocrisia? Ora aí está uma resposta que não se encontra no google...

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"Matei-o" - Teatro

Personagens