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"Matei-o" - Teatro

O resultado da junção de 9 monólogos da obra "crimes exemplares" de Max Aub foi este, com confissões peculiares de personagens que no fundo... só queriam sossego, coitadas... https://www.facebook.com/antonysousa10/videos/vb.100000047167396/1201844059827155/?type=2&theater

Oscars 2017 Destaques

https://www.theguardian.com/film/2017/feb/27/oscar-winners-2017-the-full-list-academy-awards

Melhor Filme - Passada uma semana, o momento da entrega do óscar para melhor filme é o que todos têm presente na memória, e aquela que se esperava ser a noite de "La La Land", passou a ser a noite em que em plenos óscares alguém se equivocou e levou à insólita troca de protagonistas na hora de receber o prémio e de todos os agradecimentos. Por consequência 2017 será sempre recordado como o ano em que se enganaram a anunciar o melhor filme. A verdade é que antes da cerimónia começar se nos dissessem que isto iria acontecer seria ainda mais surpreendente e chocante, "La La Land" estava claramente lançado nas probabilidades de ser o vencedor. A academia voltou a distribuir prémios para os principais filmes do ano (Hidden Figures e Hell or High Water terão sido as excepções entre os filmes mais apreciados do ano a ficarem de mãos a abanar), e "Moonlight" acabou por ser o grande beneficiado por isso. Tal como no ano passado, aquele que é considerado o melhor filme não é o filme a conquistar mais categorias (Moonlight conquistou 3). Tendo em conta isso, à medida que os prémios iam sendo entregues passou a ser mais duvidoso o domínio do musical de Damien Chazelle. Perdendo melhor edição, e melhor argumento original, as probabilidades mudaram radicalmente, e teria que ser feita história para que dessa forma "La La Land" ainda fosse o grande vencedor.
Apesar de serem filmes completamente diferentes, e todos eles tocarem em temas específicos, podemos comparar com o que sucedeu no ano passado e perceber que também aí "The Revenant" não teve o domínio que se esperava, com o estatuto de filme visualmente mais impressionante, um trabalho de realização e fotografia de excelência, recebeu distinção numa ou outra categoria técnica, a de melhor actor (Leonardo DiCaprio) e realizador (Iñarritu), mas não na de melhor filme, que foi para "Spotlight", um filme que vivia do tema delicado em questão e do trabalho do elenco. Portanto este ano tínhamos "La La Land", um musical com natural dimensão, coreografias, grandes números, e lá está, um espectáculo visual, e "Moonlight", um filme independente, feito com um orçamento abaixo de 2 milhões (parece muito dinheiro, mas para cinema americano, e para este nível de atenção, são de facto valores muito mais baixo que o normal, basta perceber que "Spotlight" terá custado cerca de 6 vezes mais, e já era o filme mais "barato" da lista do ano passado), que aborda vários temas fortes, delicados e actuais. Dizer quem merecia mais será sempre algo muito pessoal e injusto, tal como foi dito acima são histórias completamente distintas, e têm objectivos e público-alvo completamente diferentes.


Melhor Actor - Casey Affleck viu o seu favoritismo afectado nas últimas semanas que antecederam a 89ª cerimónia dos óscares, com o surgimento da possibilidade de Denzel Washinghton vencer, com o seu projecto "Fences" (realizou, protagonizou, e produziu), mas acabou mesmo por ganhar com o seu papel em "Manchester by the Sea". Foi um momento bem menos emocional e intenso do que seria se Denzel tivesse ganho, numa noite em que se fez uma pequena homenagem à gigante Meryl Streep, seria interessante ver reconhecida uma carreira ímpar como a de Mr. Washinghton, mas Casey Affleck foi brilhantemente subtil em "Manchester by the Sea", e foi-lhe atribuído o mérito de uma personagem muito difícil de retratar. Certamente não é o mais expansivo dos papeis, e mais uma vez se compararmos com o ano transacto tínhamos Leonardo DiCaprio com um retrato de um homem nos limites da sobrevivência, mas não é por isso que é menos impressionante e menos merecido. 

Melhor Argumento Original - Esta era uma categoria muito interessante, com 5 argumentos de qualidade, mas o vencedor estava entre "La La Land" e "Manchester by the Sea". Um musical normalmente não ganha nesta categoria, a última vez que tal aconteceu foi há décadas atrás, mas este parecia mesmo ser o ano de "La La Land", e como esta foi uma visão de Damien Chazelle, com realização e argumento a cargo do mesmo, e já tendo estado nomeado enquanto argumentista com o filme "Whiplash", fazia sentido colocá-lo na corrida. No entanto, "Manchester by the Sea" ganhou mesmo, premiando Kenneth Lonergan, realizador e argumentista do filme, que mantém uma reputação intocável de há muitos anos para cá, tanto em cinema como em teatro. Acaba por ser a vitória de um enredo muito forte emocionalmente, com muitos detalhes escondidos em frases aparentemente vulgares (sobretudo na personagem de Casey Affleck), e uma verdade vincada em todos os momentos, ao invés de uma história de esperança, romance, e leveza de "La La Land", além do trunfo que tinha em retratar a dificuldade em sobressair na indústria artística, o que certamente conquistaria empatia entre muitos dos votantes.

Melhor Edição - Hacksaw Ridge marcava o regresso aos filmes épicos com a impressão digital de Mel Gibson, porém, não se afigurava fácil ganhar qualquer uma das categorias para a qual estava nomeado. Curiosamente aquela em que era mais provável ganhar (melhor edição de som) foi para "Arrival", e além da outra categoria de som ganhou com estrondo, a categoria de melhor edição, ultrapassando o grande favorito "La La Land" (onde é que já ouvimos/lemos este título de filme?... ). A dinâmica impressionante no campo de batalha e a intensidade passada, transmitindo a sensação de estarmos nós também em cenário de guerra, fez com que se superiorizasse na opinião dos votantes.

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