Não sei o que estou a fazer
Sei o que quero fazer
Mas não sei o que estou a fazer
Parece que hoje é daqueles dias
A juntar ao que passou
Este também já se foi
Peço esmola à inspiração
Sou ignorado e finjo
Ser eu quem a manda passear
Atinjo o ponto de saturação
Não sei mais o que inventar
Só se me reinventar
E sou atingido pela tentação
De adivinhar o que querem
Mas amanhã já se esquecem
Faz o que te parece bem
Esquece o que convém
Escreve como se não houvesse amanhã
Afinal hoje ainda dá
A página em branco
É o problema e a solução
Contém todos os medos
Mas também o milhão
De ideias e possibilidades
Ruelas não atravessadas
A página em branco
É a muleta e é o manco
Não sei o que estou a fazer
Ainda, é o que posso dizer
Mas se continuo a escrever
É porque tenho mais a ganhar
Do que a perder.
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