RUI - Parece que vêm todos do
mesmo armazém, edição ilimitada. Com os mesmos tiques, as mesmas frases feitas,
os mesmos gostos, os mesmo ódios, as mesmas modas, a mesma hipocrisia, as
mesmas contradições, e todos com a necessidade de dizer que são especiais, porque
na verdade, não são. Eles até são, só que não conhecem esse lado, estão mais
interessados em não ser esquisitos.
MARTA - E achas que és
especial?
RUI - Não é questão de ser
especial ou deixar de ser. Só quero ser o melhor “eu” possível, só isso. Nisso
serei imbatível, tenho essa garantia. E a outra garantia, é que de nenhuma
outra maneira conseguiria encontrar o melhor de mim. Ninguém me diz qual é a personalidade
adequada que devo ter, ou as palavras certas para dizer seja o que for. Eu
tenho um cérebro, que forma conexões neurais constantemente. Não é por acaso, é
para formar pensamentos próprios, já que os neurónios são meus. A diferença
aqui é que já não tenho medo de ser eu. Em algum momento vai valer muito a
pena. Só não posso fazer marcha atrás agora, a meio do caminho. Olho em frente
e absorvo tudo à passagem, fica tudo na bagagem.
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