É inglório viver entre os raios do sol, com um sorriso para tantos quantos cruzam o nosso caminho. Todos merecem até prova em contrário, e há até casos que por vezes são arquivados para não nos desviarmos da nossa marca na luz. Mas é inglório diz parte de mim, talvez a parte mais fraca, da carne mais mal passada, a mesma que exclama para ficar quieto quando um desafio aparentemente demasiado grande e arriscado me aparece pela frente. Todos a temos, as cicatrizes espalham-se pelo mapa da nossa alma, mas não são a nossa alma, as memórias ocupam a nossa mente, mas não constituem por si só a mente, somos fragmentos emparelhados, por vezes desorganizados, do rasto de vida que temos atrás de nós. Mas é inglório insiste a parte fraca, e argumenta dizendo que também chove no nosso mundo, também trovoa, a ausência de sol é inevitável, temos direito a largar o sorriso por instantes, a nos fecharmos ao abrigo da sombra, longe da multidão, mais próximos que nunca da montanha de pensamentos, dúvida...